terça-feira, 24 de novembro de 2009

Eu quero despejar sorrisos na noite vazia.
Quero correr desesperadamente como um louco,
quero me atirar impensadamente nas águas mais frias
quero que meu grito alcance os maiores topos.
Sentir o aroma de cada flor como meu vício mais ensandecido
que me tome as veias e me faça suspirar cada segundo como se não houvesse outro,
que me conduza e me liberte das etiquetas insensatas.
Quero que me livrem das conversas chatas.
Quero reconhecer seu gosto ao tocá-la
Eu quero que o mundo caiba em minhas mãos,
que a verdadeira amizade faça irmãos
Eu quero respeito nas fronteiras de cada sentimento
quero sentir a saudade e a sua dor
Eu quero que o vento se transforme em música
quero todos os entardeceres na minha dança.
Serei um velho besta, com ar de criança
como naquela noite inteiramente nua,
quero que aja sobre mim todas as forças da lua
quero esperar o sol trazendo esperança
quero aqueles que já foram, ainda na lembrança.

Eu quero é o amor sem medidas
quero enxergar todas as belezas escondidas
Eu quero descobrir o que há no indecifrável oceano
Quero apagar as normas descritas
Quero escrever enquanto amo
Quero cantar enquanto danço
Quero voar enquanto ando
Quero querer... mais é tanto querer nessa vida!
Quero a vileza a qual as carapaças escondem
quero sinceridade nas ações dos homens
quero nos carinhos, a verdade
quero dar carinho, de verdade
quero a flor, o bruto e o selvagem .

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ventania

O vento que sopra,
tão simples de cada dia.
Hoje ja não tão simples,
de onde viria?

Tocou minha pele com suavidade,
Tão suave que me fez Saudade.
E o tempo se esconde
e eu mais ainda.

Vieste de longe
e que seja bem vinda .
Na minha pele se acomoda

A minha mente se encomoda
de lembrar que tão linda estava.
E o vento que soprava...
agora sopra mais ainda.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tento expressar o meu amor,
as vezes consigo, as vezes calo.
Não que o silêncio não tenha sabor,
mais amor calado tem gosto amargo.

Por isso previno-me de todo tipo de desventura
e me atiro consciente das maiores alturas
e vou vivendo como que sem vistas,
saboreio os riscos das maiores conquistas.

Mas o amor não pode ser banalizado,
como direi amar sem ter amado ?
por isso quem ama as vezes sofre calado
e quem muito fala pode nunca ter amado.
Então o amor tem se tornado uma mentira ?
por isso que em minha vida...
dos amores fúlteis quase que nem falo!

Desabafo

Indiferentes e indiscretos,
babiloucos alienados
cheios de vícios, mentirosos e salafrários,
não valem mais que seus salários!
Em seus reinos de concreto pregam falsos juramentos,
que se propagandam em tentáculos televisivos
carregando em costas nuas a carnificina,
escondidos nos falsos talentos
e o padrão no discurso vívido e repetitivo,
que recontrói a cada momento os grandes muros da sociedade.
E os muros cumprem seus papéis...
marginais, animais... assassinos sociais !
e a triste estatística engorda mais e mais.
E para os babiloucos seus troféis!
Honraram seus estereótipos e modinhas vulgares,
a segurança das tais propriedades
mas são todos rivais e iguais
aprisionados nas ideias de superioridade !

Fizeram da cor um pretexto para a desigualdade
e da religião um pedágio para saborear a divindade.
Mas a falsa divindade dos bens materiais,
não a divina essência da natureza.
A essência natural do caráter e do respeito
que se manifesta no mínimo detalhe e a maxima pureza,
no saber admirar o irmão e sua beleza...
la pro fundo do peito
A poesia não é rima.
A poesia não é prosa.
A poesia é a semente,
e da poesia nasce a rosa
e a rosa tão bonita... infinita é sua beleza
É o que digo com clareza: A rosa é a poesia,
da alegria que transborda
e renasce a cada dia
metáfora silenciosa.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma rara flor

É uma flor que exala cores,
e da saudade as piores dores,
e na lembrança, o que foi novo se refaz.
E da esperança, agonizante por um segundo a mais,
quebrada de repente por um sopro de realidade.
O sopro que entortou a flor
mas a deixou com sua dignidade,
de ser flor por inteira,
mas sem cheiro, sem cor... só saudade .

A flor nunca deixa de ser flor.
Estará lá, propagando sua beleza...
prefiro até que fique !
uma flor sem chão é só tristeza.
E eu ? o que serei ?
Um beija-flor sem flor?
ou só um vento que passou ?
Serei só Eu, Inteiro ! Feliz por natureza.
Cultivando a flor por ser flor,
sem cheiro... sem cor

terça-feira, 28 de julho de 2009

(In)decisão

A partir deste momento serei frio.
Frio!
Frio como noite de inverno.
Não terei sentimentos.
Não hei de ser terno.

Não haverá mais prazer.
Nada, jamais, irá doer.
Só verei o que quero ver.
Agora, só lembrarei de esquecer.

Serei seguro em minha decisões.
Serei implacável.
Comandarei legiões.
Em minhas regras não há exceções.

Mas eis que esqueço de esquecer.
E vejo o que parou de doer.
Pois, sinto o velho doer,
Quando lembro que não há mais prazer.

A partir deste momento serei quente!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sozinho

Precisamos mudar a forma como enxergamos o mundo,
mentindo a si mesmo, faz de tua vida um mero enredo
Ainda que seja um vagabundo, encenando o seu tolo papel,
quebre as correntes, se torne único.
Pois os afluentes espalham o bem
do rio verdadeiro e vadio.
Vagabundo que sou como um rio.
Decalcando as veias pulsantes deste imenso Brasil
Em fluxo solitário,
Meu eterno vazio!
Mas sem compromisso nem satisfações,
me liberto dos grilhões e sigo o meu caminho
me compartilho com o mundo, como um rio...
Sozinho .

Noite nua

Perdeste teu medo do escuro ?
Parece atormentador.

Então podes tudo apagar;
Deixa que teu silêncio escute calado este barulho,
que já não te espanta mais.
Admirai a sinfonia grilante.

Na noite nua o escuro se desfaz...
Observai as estrelas nesse instante.

O isolamento

Ah, o isolamento! Ele é magnífico!
Alguns o sentem com forte ardor,
Como que uma recente ferida.
Vês quantas reflexões estás a fazer?
Das composições musicais sem pés nem cabeça,
até a solução pra fome no mundo e muito mais...
Encontraste as vestes perfeitas que lhe vestirão.
Reflete daqui como o mar
A lua contornada pela escuridão,
para saciar teu desejo de brilhar.

terça-feira, 2 de junho de 2009

1 e 1/4

Me fraciono e integro na paisagem,
descubro a essência bela da santidade,
que em cada detalhe mostra sua face
refletida na minha, que admira com coragem !

Mas o espelho parece obscuro...
Se não me enxergo eu, como enxergarei tudo ?
Se tudo sou, subtraio eu...
Deixando marcas no escuro !

Com o gosto excitado de um agito,
relembro tudo que teria dito.
Me incomoda o meu Eu fracionado,
parece que vivo apaixonado.
Mas apenas vivo... e deixo escrito .

Enquanto durou

Enquanto durou...
foram tuas as mais belas palavras,
que eternas guardei sem dizer
e talvez nunca as diga.

Nem eu sei o porque...
Minhas gargalhadas perdidas
e aquelas palavras floridas,
todas pra você !

Vai, minha amiga
continua com a tua indiferença amarga
que nem uma gargalhada alivia...

Mas, quem sabe, um dia ...
Teu beijo singelo se torne sincero
e tuas flores renasçam em minha poesia !

Sem título

Depois deste tempo não me reconheceste mais.
Mudei... e mudo continuo mudando !
Sou um fingidor, sem que me dê conta disso,
não sei se notou em meu cinismo;
é saudável e inocente, acreditai !
Caminhado sou pelo caminho...
desde que saí do ninho
tudo que é belo me distrai.
Mas sou sozinho ...
faz-me compreender muito mais,
assim como todo o passarinho,
que conquista os céus depois que cai.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Poeminha Insensato

Inquietação faz parte de meu dia.
Amor : Desespero.
Pois, há essa insuportável mania de amar...
Amar pessoas, bichos e amores.
E inquietar-se com o não amar.
Daí essa angústia maior que o mundo.
Mas, que fazer quando trata-se de amor?

O mundo é mudo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Verso

Eu faço versos para me salvar
Da angústia que me toma
Da mania de ter ânsia
De meu ser que desmorona

Eu faço versos para lembrar
Que há amor imortalizado
Que há beleza por todos os lados
E das pessoas que por mim passaram

Versos para acreditar
Que ainda tenho esperança
Que posso, sim, ser criança
E que em nós está a mudança

Faço versos para não esquecer
Que aconteça o que acontecer
Nada irá me abater

Portanto, meus versos me fazem entender
Que não importa cor, credo ou idade
Sempre haverá bondade
Enquanto alguém escrever.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sobre Caminhos e Fantasmas

Tenho andado só.
Só e acompanhado por fantasmas que nem sequer acredito.
Para mim eles não existem.
Mas não se importam e teimam em ser vistos.
Meus conceitos, outrora tão certos, concretos, hoje são vazios e gelatinosos.
Sou tão confuso que assemelho-me àqueles loucos de praças e bares.
Não! não é certo ofender-lhes dessa maneira, os loucos e bêbados.
Pareço mesmo é com aquele cãozinho que, desprovido de sua madame,
Perde-se em busca do frango de padaria, e que nessa busca perde-se a si mesmo.
Tento me concentrar na natureza desse sentimento,
E eis que vejo-me escuro.
E já não há nada que me proteja dessa escuridão pérfida.
Nem escudo, nem muro, nem véu, nem amor...
Agora sou todo sentimento e vejo de soslaio o mundo com esses olhos
- que nem parecem os meus! - baixos e tontos.
Luto como o louco luta para defender sua loucura.
Choro como chora o recém nascido tirado do conforto do ventre.
E calo-me para o mundo como cala-se o mais egoísta dos homens.
Pensar não basta!
Porque nada - nada! - é tão vergonhoso quanto armar-se para omitir-se.
Então, medroso, vou convivendo com essa mistura de sentimentos e pensando no mundo como o poeta pensa em seus versos, e ainda assim, continuo só.
Só e acompanhado por tantos!
Viciado na vida.
Cansado dos homens.
Sentindo amor.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sentimento de mim

Ah, porque a vida tem de ser decidida?
Seria muito mais fácil não ter que decidir.
Preto ou branco? quente ou frio? doce ou salgado?
Quero os dois, os três, os quatro... quero tudo!
Quero toda essa mistura de cor, de dor, sentidos...
Porque quando você decide, sempre é deixado algo (ou alguém) para trás.
Sempre há de restar a possibilidade do se, e o se me assusta, incomoda.
Eu? sou nada. Mas constantemente ajo, penso e sinto como tudo.
É uma certeza incerta, estranha, própria.
Por vezes me assusto, pois não enxergo sentido no meu eu.
Por vezes relaxo, pois tudo fica claro, e , de súbito a treva que predomina em mim acende-se, brilha.
E tudo fica fácil.
Mas isso passa tão rápido.
E nada mais me distrai.
E esse medo que não sai...

terça-feira, 17 de março de 2009

Assim caminhamos...

Você não entende o por quê
Você não entende pra quê

Guerras são cada vez mais constantes
O amor está cada vez mais distante
A morte não é mais natural
E quem governa agora é "fulano de tal"

Você sofre mas não reage
E você morre nesse combate
Mas o combate foi deturpado
E vemos morte por todos os lados

Morte por dinheiro, não por honra
E a honra agora virou vingança

Somos tantos e tão poucos!
Mentimos muito - viramos loucos
Falamos correto, agimos torto
O Ser Humano virou um estorvo

Até quando, Mundo?
Até quando, Você?
Até quando?

quarta-feira, 11 de março de 2009

(?)

Só (?) agora me ocorreu esse pensamento:

Sou mutável! (silêncio...espanto!)

Será por isso que não canto mais a belissima "Mãezinha do Céu"?

Mas, se não canto, é por ausência de Vó Regina, ou, simplesmente, por não saber, certamente, se há "Mãezinha do Céu"?

No inicio : fato!
Em um passado não muito distante:
Quase que uma certeza absoluta
No presente surpreendente:
Não sei! (?)

A certeza que restou
É que muito pouco sobrou.

Mas nesse jogo de perdas e ganhos,
De somas e subtrações,
Apesar das dores que somei,
Nunca subtraí emoções.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O inquieto

E piora quando vem a noite...
Aperta.
Rói.
Corrói.
E quando falo, não entendem
E quando escrevo, não lêem

Sorrisos simpáticos
Faces bondosas
Pessoas gentis (?)

Mas aonde?

Só sabe quem sente
Só compreende quem vive

Eis o problema:
Sinto e não sei
Vivo (?) e não compreendo

Busco informações, direções, sentidos...
Mas na busca - incessante -
Dúvidas...
Dúvidas.
Dúvidas!
?

Luto para me achar
Se ao menos, por entre os caminhos,
eu tivesse espalhado as migalhas...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Acontece que não escrevo quando quero

Acontece que não escrevo quando quero
Escrevo quando saturo-me
Quando transbordo
Ah, como eu queria ser Poeta!

Como desejo ver alma de gato nos cães
Ou alma de herói em suicidas
Dialogar com os anjos no mais intimo da noite
E viver - sofredoramente - como quem morre...

Acontece que sou apenas eu
Sou apenas sonho
Sou apenas vida - que não vive!
E não morre...

Tudo o que desejo é viver um sonho
E não sonhar uma vida.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Retrato de um apaixonado (pela vida)

Não sei o que significa minha existência.
Não sei ser. Só sei existir sem saber.
Sou oposto ao meu ser. Sou extremo.
Vejo pessoas ao meu redor e não me sinto parecido com nehuma delas.
Me sinto atraído por todas elas.
Então vem o medo. E esquivo-me da vida.
E do medo nasce a dúvida.
E da dúvida a vontade.
Sinto. Desejo. Espero.
Quando finalmente consigo dialogar com minha alma,
Sinto-me fora de mim.
Como se não fosse eu, percebo que lúcido não notaria.
Então volta o medo. E do medo o desejo.
Paro no mundo. Me estrago por dentro.
Me livro na mente e a mente me foge.
Acabado, reflito.
O que sou?
Apenas um observador fascinado e perdido.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Insano de mim mesmo

Tanta insanidade na cidade,
quantas torres rabiscam o céu,
a impotência da mocidade ja não é novidade
enquanto os corruptos engravatados arrancam o que é seu.

Então, me diz, Criador! O que faço eu, para recuperar o que é meu?
Todos os valores de mim tirados desde a infância,
Perdidos na insignificância.
Já não existem para aliviar a minha ânsia,
De lutar por uma causa sem distância,
Rabiscada na altura do céu.

Enquanto isso, Criador, para aliviar o meu temor,
Me recolho ao meu Eu interior,
Interpreto toda essa dor.
Descubro que a liberdade sonhada,
Sempre será sonhada,
Nas calçadas, abandonada,
Sem a pura inocência do amor.

Então, vou me conhecendo
E um feixe de luz utópico crescendo,
Iluminando toda a obscura insanidade
Do senso comum da sociedade,
Que na minha solidão vem se desfazendo.


Poema produzido pelo poeta Pedro Paulo.

Façamos uma corrente!

Vejo pessoas passando
E com elas, vidas estreitas
Não são livres nem de si mesmas
São livros com "orelhas"

Amassadas e sofridas
Sofrem enxovalhos
Só não sabem que são ricas
Vivem como espantalhos

Pontuam-se as pessoas
Limitam-se os sentimentos
Vivem como se nada fossem
Num eterno lamento

Se soubessem essas pessoas
Da força que se tem
Garanto com toda a certeza :
Ninguém, jamais, seria ninguém!

Lutaremos com afinco
Já não somos desistentes
Ganheremos essa luta
Façamos uma corrente!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Imaginar

E se o discurso foi inventado?
E se Deus não estiver por todos os lados?
E se Jesus não foi crucificado?

Fomos criados
E criamos um mundo
Um mundo nefasto
Com vermes imundos

Melhor seria um mundo inventado
Realmente inventado
E literalmente real
Com passagens para outros mundos
Sem essa coisa de bem e de mal

Esperar...

Que o coelho da Páscoa apareça
Que o mundo não enlouqueça
Que o amor amanheça

Enfim... que a humanidade floresça!