terça-feira, 14 de abril de 2009

Verso

Eu faço versos para me salvar
Da angústia que me toma
Da mania de ter ânsia
De meu ser que desmorona

Eu faço versos para lembrar
Que há amor imortalizado
Que há beleza por todos os lados
E das pessoas que por mim passaram

Versos para acreditar
Que ainda tenho esperança
Que posso, sim, ser criança
E que em nós está a mudança

Faço versos para não esquecer
Que aconteça o que acontecer
Nada irá me abater

Portanto, meus versos me fazem entender
Que não importa cor, credo ou idade
Sempre haverá bondade
Enquanto alguém escrever.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sobre Caminhos e Fantasmas

Tenho andado só.
Só e acompanhado por fantasmas que nem sequer acredito.
Para mim eles não existem.
Mas não se importam e teimam em ser vistos.
Meus conceitos, outrora tão certos, concretos, hoje são vazios e gelatinosos.
Sou tão confuso que assemelho-me àqueles loucos de praças e bares.
Não! não é certo ofender-lhes dessa maneira, os loucos e bêbados.
Pareço mesmo é com aquele cãozinho que, desprovido de sua madame,
Perde-se em busca do frango de padaria, e que nessa busca perde-se a si mesmo.
Tento me concentrar na natureza desse sentimento,
E eis que vejo-me escuro.
E já não há nada que me proteja dessa escuridão pérfida.
Nem escudo, nem muro, nem véu, nem amor...
Agora sou todo sentimento e vejo de soslaio o mundo com esses olhos
- que nem parecem os meus! - baixos e tontos.
Luto como o louco luta para defender sua loucura.
Choro como chora o recém nascido tirado do conforto do ventre.
E calo-me para o mundo como cala-se o mais egoísta dos homens.
Pensar não basta!
Porque nada - nada! - é tão vergonhoso quanto armar-se para omitir-se.
Então, medroso, vou convivendo com essa mistura de sentimentos e pensando no mundo como o poeta pensa em seus versos, e ainda assim, continuo só.
Só e acompanhado por tantos!
Viciado na vida.
Cansado dos homens.
Sentindo amor.